quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


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Jornais do mundo destacam morte de Niemeyer, 'gigante' e 'poeta da curva'


Niemeyer e Dilma Roussef

A morte do arquiteto Oscar Niemeyer, na noite de quarta-feira, 5, foi destacada pela mídia internacional, com textos que comentam sua importância para a história da arquitetura mundial.
'Morre Niemeyer, o poeta da curva', afirma o título destacado na edição online do diário espanhol El País.
'Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares (Rio de Janeiro, 1907), Oscar Niemeyer, último sobrevivente dos grandes mestres da arquitetura do século 20, o poeta da curva, o pensador multifacetado que encantou ao mundo com a sinuosidade e a beleza estética de sua prolífica obra, faleceu aos 104 anos no Rio de Janeiro', anuncia o texto do jornal.
O francês Le Monde destaca a obra prolífica do arquiteto. 'Nascido no dia 15 dezembro de 1907 no Rio, em uma família de classe média de origens alemã, portuguesa e árabe, Oscar Niemeyer participou da criação de mais de 600 obras em uma carreira de 70 anos. Vinte delas ainda estão em execução em vários países', diz o jornal.
'Morre o arquiteto estrela Oscar Niemeyer', afirma o diário alemão Frankfurter Allgemeine em sua primeira página da edição online nesta quinta-feira.
'O mundo da arquitetura está de luto por um de seus grandes nomes: o brasileiro Oscar Niemeyer morreu aos 104 anos. O Estado do Rio de Janeiro decretou três dias de luto oficial', informa o jornal.
Outro jornal alemão, Süddeutsche Zeitung, anuncia em sua primeira página: 'O último gigante da arquitetura moderna'.
'O arquiteto Oscar Niemeyer parecia capaz de desafiar a gravidade. Ele apoiava enormes blocos de apartamentos em pilares que pareciam tão finos e graciosos quanto as pernas de uma mulher. Os caminhos curvilíneos seguem pelo piso como a conectar uma nuvem a outra. Os corrimãos são desnecessários', diz o texto do Süddeutsche Zeitung.
'Ícone nacional'
O diário britânico The Times observa que Niemeyer 'continuou trabalhando de sua cobertura em Copacabana até poucos dias antes de sua morte' e era considerado um 'ícone nacional ao lado do pioneiro da Bossa Nova Tom Jobim e da lenda do futebol Pelé'.
O jornal observa ainda que as obras do arquiteto, um 'comunista ardente', podiam ser encontradas em países diversos como Argélia, Itália, Israel, Estados Unidos e Cuba, onde 'o líder de longa data Fidel Castro era um de seus amigos pessoais'.
Catedral de Brasília

O diário americano The New York Times afirma que as obras do arquiteto 'instilaram o modernismo com uma nova sensualidade e capturaram as imaginações de gerações de arquitetos em todo o mundo'.
'Niemeyer estava entre os últimos de uma longa linha de verdadeiros fieis do modernismo, que iam de Le Corbusier e Mies van der Rohe aos arquitetos que definiram a arquitetura do pós-guerra do fim dos anos 1940 e dos anos 1950 e 1960', comenta o jornal.
'Ele é mais conhecido por desenhar os prédios do governo em Brasília, uma nova capital moldada a partir do cerrado brasileiro que se tornou um símbolo tanto do salto da América Latina à modernidade quanto, posteriormente, dos limites das aspirações utópicas do modernismo', diz o texto.
Na Argentina, o diário La Nación também destacou a morte e afirmou que 'o Brasil e o mundo da arquitetura estão de luto'. O jornal observa que Niemeyer é 'considerado, junto a Frank Lloyd Wright, Miles van der Rohe, Le Corbusier e Alvar Aalto, uma das figuras mais influentes da arquitetura moderna e internacional'.
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