segunda-feira, 23 de outubro de 2017

ISENÇÃO FISCAL AO GRUPO JOÃO NÃO TROUXE BENEFÍCIOS PARA COELHO NETO - MA

Mesmo descumprindo cláusulas da Lei, o poder público não revogou a isenção de impostos.
Foto: Reprodução
A isenção fiscal às empresas do Grupo Industrial João Santos em Coelho Neto teve início em 1º de janeiro de 1990, na gestão Raimundo Guanabara. A Lei nº 222/87 foi sancionada em 5 de outubro daquele ano, mas seus efeitos só foram contados decorridos 26 meses da sua publicação.

Pela Lei, o município outorgava às empresas, durante quinze anos, isenção total de quaisquer tributos, inclusive impostos e taxas municipais existentes ou posteriormente criados, arrecadados diretamente pela Fazenda municipal.

Àquela época, a norma estabelecia condições ao grupo, dentre elas o cumprimento dos prazos de ampliação do parque fabril, a oferta de 2.000 empregos diretos e não transferir para fora do município equipamentos e instalações de seus empreendimentos.

Em 29 de dezembro de 2006, o então prefeito Magno Bacelar sancionou as Leis nº 522 e 523/2006 estendendo a isenção por mais 15 anos. A essa altura as empresas já vinham sofrendo as consequências do mercado de exportação, sobretudo, no que se refere à concorrência. Resultado: no passado como no presente, as cláusulas impostas pela Lei ao Grupo João Santos foram descumpridas em parte. Porém, a Câmara de vereadores não teve a postura política e constitucional de pedir a revogação da Lei.

Empobrecimento da população

A decorrência dessa malfadada isenção de impostos às empresas do Grupo João Santos, instaladas no município, impactou sobremaneira no empobrecimento da população e ocasionou a migração da mão de obra para os grandes centros do País. O comércio local sobrevive da insistência de seus empresários. Economicamente, o município estagnou, tornando-se dependente da (boa) vontade dos governos estadual e federal. O dinheiro que circula é o que vem da previdência e do Bolsa Família.

Uma voz se levanta em nome do povo
 
Ex-vereador Val
Consciente da situação de penúria em que o povo ficou submetido, o então vereador Edivaldo Alves (Val)/REDE, em agosto de 2011, encabeçou um ofício à direção do Grupo pedindo audiência para tratar do assunto, considerando que a Câmara precisava tomar um posicionamento sobre o descumprimento da Lei. O mesmo ofício evidenciava outro assunto igualmente importante que seria a isenção do pagamento de renda pelos pequenos agricultores que cultivavam – como ainda cultivam – sua subsistência em terras das empresas. Com a derrota do Val nas eleições de 2012, ninguém assumiu a causa. E tudo ficou por isso mesmo.

Ano após ano a situação se agrava. Segundo o ex-vereador o que está faltando agora é atitude do poder público: “Um empreendimento como esse não pode fechar as portas dessa maneira. Eles destruíram a flora, comprometeram a fauna e dificultaram a sobrevivência das pessoas. Os babaçuais sobreviveram graças a uma Lei Estadual específica de proteção das árvores nativas, caso contrário nem coco teríamos mais.”, disse o ex-vereador.
Foto: Reprodução
Ele é a favor de medidas que obriguem o Grupo João Santos reembolsar os impostos por conta do descumprimento da Lei municipal de isenção fiscal e de medidas políticas eficazes que garantam o funcionamento das empresas. Alguém se apresenta?

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