Flávio Furtado governou o município de 2008 a 2016. No segundo período da sua administração formou dupla com Jorge Oliveira, para quem passou o bastão da administração.
Em meados de março deste ano, Jorge Oliveira teria iniciado as tratativas que configurariam, na reta final, com a indicação de Furtado para ser o candidato do grupo.
Muito antes dessa iniciativa de Jorge, o seu grupo político já articulava o nome de Flávio Furtado para liderar a chapa da Situação. Isto se deu principalmente depois que o prefeito Jorge Oliveira começou a manifestar o seu desejo de não disputar a reeleição. Em verdade, Oliveira sempre foi contra o instituto da reeleição, embora seu grupo político achasse, como sempre achou, que ele deveria disputar novamente.
A partir daí, Jorge Oliveira passou a defender o nome de Furtado para ser o candidato do grupo, mesmo citando outros nomes como forma de valorização dessas demais lideranças, no sentido de lançar uma delas como vice na chapa.
Tudo corria na maior tranquilidade. Naturalmente, Flávio Furtado foi ganhando terreno até unificar a situação em torno do seu nome, e tanto foi assim que Jorge Oliveira, sempre que indagado, respondia que o candidato seria mesmo Flávio Furtado.
Prestações de Contas:
Paralelamente às articulações, Jorge Oliveira foi trabalhando a aprovação das contas de Flávio Furtado, devolvidas à Câmara, todas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado - TCE. E, como é do jogo político, os vereadores da bancada da situação foram aprovando uma-a-uma!
Para surpresa do grupo, a última prestação de contas desse primeiro lote, referente aos quatro primeiros exercícios da gestão de Furtado, obteve também o voto do vereador Raimundinho/MDB. Este, da bancada da Oposição e mais que aliado de Bulamarqui, histórico líder da velha política no município e - até onde o povo bacelarense sabe - tradicional desafeto político de Flávio Furtado.
O voto de Raimundinho serviu apenas para despertar no grupo de Jorge Oliveira a dúvida sobre a fidelidade de Flávio, até porque os dois terços para aprovação das contas já estavam garantidos, como sempre esteve, pelos seis votos da bancada da situação.
Recentemente, Flávio Furtado teria acabado com todas as dúvidas da Situação, ao se dirigir a Jorge Oliveira para comunicar que já tinha escolhido o vereador Raimundinho para ser seu vice, mas, mesmo assim, teria dito poder contar com o apoio do prefeito. Com esse seu gesto estava declarado o rompimento.
A atitude do agora oposicionista Flávio Furtado deixou evidente que a sua aliança com Bulamarqui já estaria firmada há muito tempo e que ela teria acontecido independente do voto de Raimundinho, até porque, segundo o boca-a-boca, esse tipo de comportamento seria mesmo da natureza de Furtado.
A traição de Flávio (como querem eleitores insatisfeitos dos dois lados), soou como um "tapa" na cara dos vereadores que optaram por derrubar o parecer do TCE. E, indiscutivelmente, como atitude inescrupulosa para o resto do grupo. Há ainda os que afirmam que Furtado pegara em "fio pelado!" (no adágio popular), ou que dera um "tiro no pé!".
Repercussão
A notícia da (entre aspas) "traição de Flávio Furtado" ganhou as ruas e povoados de Duque Bacelar e gerou insatisfação dos dois lados. Muitas dessas insatisfações foram veiculadas através de um aplicativo de mensagens.
A imprensa local passou a qualificar Furtado como um "traidor contumaz", citando nomes dos políticos que teriam sido alvejados pela "febre do poder", alimentada na personalidade do famigerado Flávio.
Reunião
Na manhã da última sexta-feira, o PCdoB se reuniu na residência de Benefrance para atualizar os fatos, o que aconteceu sem a presença do prefeito Jorge Oliveira, o qual, conforme justificara por telefone, devido motivo de foro pessoal tivera que viajar a Teresina, mas, se fosse necessário e o grupo lhe desse tempo de duas horas, poderia participar, o que foi achado desnecessário pelos presentes.
Durante a reunião constatou-se denodada prudência e superlativa determinação do grupo em buscar um nome capaz unir o eleitorado bacelarense, o que deverá ser anunciado nos próximos dias. Caso Jorge Oliveira decida mesmo por não concorrer à reeleição, o 65 poderá se utilizar das muitas opções dentro do grupo. Porém, ao que tudo indica, a Oposição "futucou a onça com vara curta".
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