quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Tiro pela culatra



VEREADORES VOTAM MATÉRIA MAL EXPLICADA
Vereadores votam PL às pressas para evitar agravamento do desgaste político   

A Câmara de vereadores de Coelho Neto aprovou na sexta-feira, 3, o PL que trata da regulamentação do funcionamento do comércio local. A aprovação se deu sem emendas e sem mais debates em torno desse mal explicado projeto. Por exemplo, não se sabe como fica o funcionamento aos feriados, nem como fica a situação dos comerciários, até então com seus direitos trabalhistas prejudicados. Aliás, de forma generalizada, os direitos trabalhistas são reflexo direto das transformações no mundo do trabalho, ligadas diretamente ao sistema econômico de produção, que passa por profundas transformações de natureza econômica, social, política e institucional. Os trabalhadores tornaram-se submissos às condições implementadas pela burguesia, detentora dos meios de produção e riqueza O contexto é de um empregado frágil, sem força para exercer a sua liberdade de coalizão e sem expressividade política. O cômico em tudo é o que vazou dos bastidores do legislativo municipal: no início, diziam se tratar de um projeto da autoria do presidente Antônio Pires. Depois que a matéria se transformou em desgaste político, passaram a jogar a culpa no prefeito. Atitude típica do chamado “fogo amigo”. Na verdade, o que faltou aos “nobres edis” foi conhecimento de causa. 

Nesse mister, há que se levar em conta a situação dos comerciários. A classe trabalhadora, para lutar por suas reivindicações e direitos, sofreu e sofre  perseguições, retaliações. No caso dos comerciários, nada mais justo do que incentivá-los à organização sindical. E, mesmo assim, o sindicato sozinho não tem condições de mudar os conflitos existentes na relação capital-trabalho. Portanto, deve juntar-se a outros atores sociais a fim de construir um elo de cooperação entre eles, para juntos poderem encontrar respostas eficazes aos desafios do trabalho e criar condições para uma boa gestão da nossa economia, sempre com o compromisso de assegurar o pleno respeito às normas de trabalho e do trabalho digno. O certo é que a aprovação da matéria não vai resolver coisa alguma! Mas, de uma coisa estejamos certos: já contribuiu o bastante para macular, ainda mais, a imagem daquele poder.

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