MA: Assembleia Popular liderada pelo MST discute questão agrária no Baixo Parnaíba

 

Na manhã desta sexta-feira (04), o município de Coelho Neto, no Maranhão, foi palco de uma Assembleia Popular liderada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O encontro, realizado na Casa Paroquial da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Santana, reuniu representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), do Governo do Estado e de organizações da sociedade civil.

A assembleia teve como foco central a delicada situação fundiária da região do Baixo Parnaíba. Em especial, buscou fortalecer a mobilização para convencer o Governo Federal a adquirir as terras pertencentes ao grupo empresarial João Santos, com o objetivo de destiná-las a moradores e trabalhadores rurais da área.

Alzerina Monteles, uma das principais lideranças do MST presentes no evento, destacou a importância da iniciativa como espaço de escuta e construção coletiva. “O objetivo da assembleia popular é realmente discutir a situação fundiária da região com a população, com quem vive e sente esse problema no dia a dia”, afirmou.

Alzrnira Monteles - Coordenadora do MST

O Secretário Adjunto de Estado dos Direitos Humanos, Daniel Formiga, também participou da assembleia e reconheceu a gravidade do contexto fundiário maranhense. Segundo ele, o Estado enfrenta um cenário marcado por inúmeros conflitos de terra, o que exige uma resposta institucional articulada. “É extremamente necessária essa mobilização dos movimentos sociais. É através dessa articulação que será possível pensar soluções concretas para um problema tão histórico e sensível”, disse Formiga.

Daniel Formiga - Secretário Estadual dos Direitos Humanos  

A proposta dos organizadores é elaborar um documento com diretrizes claras e viáveis para a resolução da questão agrária no Baixo Parnaíba, a ser encaminhado aos representantes políticos estaduais e federais. A expectativa é de que esse esforço conjunto resulte em avanços significativos na luta pela reforma agrária e pelo direito à terra.

A assembleia representou, assim, um passo importante na busca por justiça social no campo e reafirmou o protagonismo das comunidades rurais e dos movimentos populares na defesa de seus direitos.

MA: Morre Isabel Gonçalves de Oliveira aos 99 anos em Coelho Neto

 

A cidade de Coelho Neto está de luto. Faleceu nesta quarta-feira (02), aos 99 anos, Isabel Gonçalves de Oliveira, conhecida carinhosamente como Dona Belinha.

Primeira mulher a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal, ela também foi a primeira a presidir o legislativo da cidade, no período de 1979 a 1982. Além de sua atuação política, Dona Belinha marcou história como a primeira mulher empresária do município, tornando-se um símbolo de liderança, compromisso e dedicação.

Dona Belinha era amplamente respeitada pela comunidade, que a via como uma referência extraordinária de força e determinação. Sua trajetória inspirou gerações e seu legado permanecerá vivo na memória dos coelhonetenses.

O atual presidente da Câmara Municipal, Júnior Santos, destacou a importância de Dona Belinha para a história política local. “Coelho Neto perde a sua maior referência feminina. Dona Belinha foi vereadora num tempo de sombras, em que o poder político era controlado pelos militares e, de certo modo, sufocava o legislativo municipal. Mesmo assim, ela foi guerreira e entusiasta da nossa liberdade. Deus a tenha!”, declarou. O ex-vereador Reginaldo Sousa também externou condolências: "Meus sentimentos aos familiares de Dona Belinha, carinhosamente chamada pelos adolescentes dos anos 70, 80 e 90 de Tia Umbela, dado o carinho dela por todos nós", relembrou.

E o prefeito Bruno Silva também lamentou profundamente a perda. “Hoje nos despedimos de D. Belinha, uma mulher que fez da política um ato de amor ao próximo. Primeira vereadora, referência de dedicação, compromisso e gentileza, ela deixou um legado que ecoará por gerações. Seu exemplo nos inspira a seguir construindo um mundo mais justo e humano. Que sua memória seja sempre luz e guia para todos nós”, pontuou.

O velório acontece na residência onde Dona Belinha viveu por toda a sua vida, um local que simboliza sua conexão com a cidade e sua gente. Familiares, amigos e admiradores prestam suas últimas homenagens à mulher que desbravou caminhos e abriu portas para tantas outras.

Dona Belinha deixa um legado inestimável e um exemplo de luta e dedicação que jamais será esquecido.