A pequena Duque Bacelar, esquecida pelas autoridades do Maranhão e abandonada em muitas de suas necessidades básicas, volta aos holofotes – não pelo progresso, mas pelo escândalo. As últimas denúncias que circulam em sites e redes sociais maranhenses são estarrecedoras: o possível desvio de R$ 13 milhões destinados à Educação, envolvendo diretamente o prefeito da cidade, seu cunhado e um Instituto com sede em São Luís.
É ultrajante imaginar que, em um dos municípios que mais clamam por investimentos em educação, saúde e infraestrutura, os recursos que deveriam transformar vidas possam estar servindo a esquemas nefastos de enriquecimento ilícito. O prefeito, que jurou trabalhar pelo povo, hoje é acusado de justamente o oposto: "furtar" o futuro de crianças e jovens bacelarenses.
O que se desenha, com relatos cada vez mais contundentes, é a existência de um arranjo criminoso onde familiares do gestor e entidades "parceiras" podem ter se aproveitado da fragilidade das instituições de controle locais para drenar recursos públicos com absoluto desprezo pela população.
Diante disso, não podemos apenas lamentar. É imperativo exigir da Polícia Federal a apuração imediata e rigorosa dessas denúncias. Os maranhenses, especialmente os cidadãos de Duque Bacelar, merecem respostas rápidas e ações firmes. A Justiça deve prevalecer, e os responsáveis, caso as acusações se confirmem, precisam ser exemplarmente punidos.
A corrupção, quando alojada em cidades tão vulneráveis, tem um impacto ainda mais cruel. Ela nega oportunidades, alimenta a pobreza e rouba a dignidade de quem já sofre com o abandono. Cada real desviado é uma sala de aula que deixa de ser construída, um professor que não é contratado, um aluno que desiste de sonhar.
Duque Bacelar não pode continuar esquecida. E seu povo não pode mais ser saqueado. A história, que já carrega o peso da exclusão, não pode ser ainda marcada pela vergonha de ver seus líderes transformando esperança em desespero.
Que a verdade venha à tona. Que os culpados sejam punidos. E que Duque Bacelar volte a ser lembrada não por escândalos, mas pela dignidade de sua gente.
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