Coelho Neto assistiu, estupefata, à mais nova encenação política do vereador de oposição Samuel Aragão – uma mistura inusitada de drama mexicano, comédia pastelão e ilusionismo de quinta categoria.
Na tentativa desesperada de manter uma eleitora sua pendurada no cabide da Prefeitura, Samuel agora quer posar de mártir do funcionalismo, tentando pintar o prefeito Bruno Silva como um implacável perseguidor.
Mas o roteiro, convenhamos, foi mal escrito.
Na cena principal, o nobre edil aparece anunciado por um pseudo blogueiro – que mais parece um palhaço remanescente do velho circo dos Furtado – assinando, com pompa e pose, uma “autorização” para que a Câmara Municipal desconte R$ 1.500,00 do seu salário para dar à sua protegida. Um gesto tão comovente que quase fez a estátua de Duque Bacelar chorar.
Mas eis o detalhe que Samuel, em sua ânsia por holofotes, esqueceu de combinar com a legalidade: segundo a assessoria jurídica consultada, a Câmara não pode realizar esse tipo de desconto. Seria ilegal. Quer ajudar, vereador? Faça como qualquer mortal: vá ao banco, faça uma transferência ou faça um pix. Mas aí não dá voto, né?
A encenação, claro, é digna de Oscar... se o Oscar premiar atuações medíocres. Afinal, nunca vimos morcego doar sangue, e se o sacrifício do próprio salário (que já não é lá grande coisa) está sendo tão alardeado, é porque tem outra fonte de renda garantida. E dizem por aí que essa fonte jorra lá da prefeitura de Duque Bacelar, onde o nome de Samuel aparece ligado a um esquema de desvio de recursos da Educação. Coincidência? Só se for no roteiro do próximo capítulo.
Enquanto isso, Bruno Silva segue governando com a sobriedade de quem não precisa de teatro para trabalhar. Já Samuel, entre um ato e outro, continua tentando ser o protagonista de um espetáculo que ninguém quer assistir.
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