O Senhor odeia os lábios mentirosos, mas se deleita com os que falam a verdade.Provérbios 12:22
Desde
os meus 17 anos de idade ouço falar em Captação de Água do Rio Parnaíba. Muitos
foram os políticos que se elegeram prometendo esse bendito benefício ao povo
coelhonetense.
No início dos anos 2000, fui uma das milhares de pessoas surpreendidas com uma grande carreata pelas principais ruas e avenidas da cidade, seguida da sistemática explosão de fogos de artifício, chamando a atenção da população
para os caminhões carregados de tubos de PVC, cujo material, segundo a gestão da época, seria para
a realização da tão sonhada obra. Ficou fiado!
Que
eu me lembre, dentre os prefeitos de Coelho Neto, desde a abertura do regime democrático, em 1984, houve apenas um que não prometeu nada com
relação à Captação de Água: Dr. Magno Bacelar. Aliás, nas minhas andanças pelo
município, falando em política e em políticos, tenho afirmado que Coelho Neto
poderá custar muito a eleger outro prefeito capaz de se igualar ao Dr. Magno.
Eu
não tenho procuração para defendê-lo e esta narrativa não é nenhuma bondade
minha. É apenas uma espécie de justiça a um político que demonstrou que é
possível se governar este município unindo as pessoas e não as perseguindo; que
uma gestão, para se destacar no cenário político, não pode estar atrelada em
decisões unilaterais. Dr. Magno, até para nomear um secretário municipal, pedia a
opinião dos aliados. Ou seja, ele nunca errava sozinho nem também nunca
acertava sozinho.
Pois
bem... Voltando ao assunto da Captação de Água do Rio Parnaíba. Foi o Dr. Magno,
com a sua história, quem conseguiu finalmente a firmação desse Convênio. Trabalhou
aguerridamente para a materialização desse sonho coelhonetense. Foi audacioso a
ponto de comentar com este agora pré-candidato a prefeito, quando em sua companhia em uma das constantes visitações aos trechos em obras: “Veja aqui uma demonstração de coragem. O cara, em plena campanha
eleitoral, autorizando fazer buraco em tudo que é rua da cidade (risos)”. Eu
não quis comentar. Sempre permaneci tímido diante da sua sapiência. Mas, naquela afirmativa ele demonstrava o quanto também sonhava com tão desejado empreendimento.
Mas,
vieram a hipocrisia e a desfaçatez, sustentadas no dinheiro fácil, e sepultaram
o sonho da água do Rio Parnaíba. O povo entrou literalmente pelo cano quando o principal adversário do Dr. Magno pediu judicialmente a interdição da obra. Mesmo depois de terminado o seu mandato, Dr. Magno acompanhou, calado, durante
muito tempo, o seu governo ser o “saco de pancadas” do seu sucessor, o
qual, de forma totalmente adversa, achou que atentando contra a dignidade e a
honra dos que ele considerava opositores, se manteria no píncaro da glória. Quanta
idiotice!
Agora,
o que temos são apenas os escombros de uma obra iniciada com patriotismo e
dedicação por Coelho Neto, pois, até o dinheiro que existia em conta o sucessor
de Dr. Magno, alegando que iria concluir a obra, sacou sem que fizesse um
centímetro do serviço. Pior: ainda permitiu a depredação do que estava feito.
O grande entrave
Sabem
por que nenhum prefeito, depois de Dr. Magno, teve interesse na conclusão da
Captação de Água do Rio Parnaíba? É porque o sistema, para funcionar a
contento, custa caro! O seu funcionamento é inviável sem que a população pague
pelo consumo de água. Desta forma, ninguém quer se arriscar a um eventual desgaste
político que seria provocado por essa necessária cobrança. Eis aí o motivo do total descaso à obra.
Acho
que Coelho Neto é um dos poucos lugares no mundo onde a maioria absoluta da
população não paga pelo consumo de água. O resultado é a população se servindo
de água “salgada” ou salobra, convivendo com índices alarmantes de verminoses,
doenças renais e outras enfermidades causadas pela má qualidade da água que lhe
é ofertada.
Cobrança para manter o sistema
A
conclusão dessa obra ainda é possível. Falta muito pouco! A grande necessidade
está na falta de vontade. Não custa nada estabelecer uma taxa social às pessoas
de baixa renda e cobrar mais de quem pode e consome mais. Hidrômetros existem
para isto. A medida é perfeitamente possível. E não precisa o município doar o
sistema para a CAEMA, como chegou a ser cogitado, pois, no meu ponto de vista,
isto seria um mal muito pior.
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