Diante de um governo centralizador, cuja isonomia,
transparência e publicidade por ele praticadas são discutíveis, resta ao povo
desesperançado, enganado e carente apelar para os vereadores.
Estes, investidos de fé pública e poderes para reivindicar e
fiscalizar o executivo, devem, ou pelo menos deviam, se postar solidariamente
frente aos problemas que afligem as pessoas, sobretudo as mais pobres.
Não considere o leitor fruto de uma mente mirabolante o que
ora escrevo.
Constitucionalmente, é o vereador a ponte entre a gestão
pública e o povo. Mas, para decepção de uns e infelicidade de outros, não é
esta a postura que se observa nos vereadores de Coelho Neto (MA), onde vivem
mais de 47 mil habitantes.
Foto: Reprodução |
O sofrimento dessa indefesa população é por demais
revoltante. Os coelhonetenses, sobretudo crianças, gestantes e idosos, vivem um
sofrimento diário, em busca de serviços públicos.
Não é nossa pretensão expor os vereadores a qualquer tipo de
desafeto. Mas, o que tem feito a Câmara para amenizar as dores da população?
Alguns, quando abordados na rua pelas pessoas, limitam-se a
evasivas. Em alguns casos, sem dar muita atenção, respondem não poder fazer nada.
Ora, se um vereador externa esse tipo de afirmação é porque não tem noção das
suas atribuições ou porque está preso a interesses pessoais com o prefeito.
O impacto de atitudes assim fere a instituição que representam,
pois a casa do povo não pode nem deve ser violada com ações individualistas e
de subserviência.
Nas sessões, não se ver nenhum deles levantando a voz contra
os descasos na saúde que registram: falta de médicos, equipamentos, remédio, o abandono
à UPA que, de forma lenta e planejada, caminha para o seu fechamento; denúncias de empresários sobre licitações viciadas, reformas de prédios
públicos sem placas de identificação das obras até as demissões de servidores com
até 20 anos de serviço.
Nenhum levantou a voz contra a perseguição política desencadeada
pelo atual prefeito, até porque, conforme servidores prejudicados pelas
demissões injustas, alguns dos vereadores estariam de acordo com as demissões,
desde que para admitir seus eleitores.
Assim, como se o destino das pessoas fosse moeda de troca,
familiares e eleitores desses vereadores estariam sendo beneficiados.
Mas, como exigir solidariedade de uma Câmara, se a maioria
dos vereadores não tem nenhuma relação de afetividade com os coelhonetenses? O presidente é conterrâneo do prefeito,
da vizinha cidade de Buriti, onde é professor concursado. Em Coelho Neto comandam o PT e o Sindicato dos Professores.
Entre os demais podemos descrever: Médico, da cidade de Caxias, que só vem a Coelho Neto nos dias de sessão;
Serventuário da Justiça, trabalha no
fórum desta comarca, mas reside em Teresina; Outro, playboy, evangélico de uma igreja local, deposita no seu pai
as decisões do mandato; Advogado,
trabalhando há quatro anos em Coelho Neto, sem nenhuma identificação com o povo;
Outro, com três mandatos, sem
qualquer projeto relevante, eleito mais pelo cociente eleitoral do que pela
vontade do eleitorado. Limita-se apenas às benesses do cargo; Advogada, coelhonetense, mas que reside
em Teresina, de onde só vem nos dias de sessão; Outro, com dois mandatos, mas que vive em cima do muro: não sabe se
obedece ao prefeito ou se abraça o ex-prefeito; Trabalhadora rural, a qual, orientada pelo esposo, permanece um túmulo;
Jovem, com dois mandatos, as pessoas nem o procuram mais porque já não tem a mesma credibilidade;
Outro, suposto representante da zona rural,
mais votado, e que tem contribuído apenas para o sofrimento das pessoas. Foi
dele o pedido de demissão de quatro servidores do Posto de Saúde Santo Antonio
para dar lugar aos seus eleitores; Play
Boy, rico, vive a exibir pelas ruas da cidade, durante as madrugadas, a sua
moto de 1.200 cilindradas.
O que as pessoas podem esperar de uma representação como
essa? Pelo visto, o jeito é ajoelhar e entregar tudo pra Jesus.
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