quarta-feira, 24 de maio de 2017

Professores de Coelho Neto (MA) dizem “não” ao prefeito e ameaçam tomar o sindicato

A relação entre o ex-presidente e a categoria dá sinais de rompimento
 
Assembleia do SINTASP
Os servidores municipais de Coelho Neto (MA), sobretudo os professores, começam a se dar conta de que o ex-presidente do sindicato e atual prefeito do município Américo de Sousa (PT) apenas usou a categoria como bandeira de luta para se dar bem na política.

Para tanto, se aquartelou no sindicato tendo como aliados de confiança os seus iguais: Osmar Aguiar, Francisca Ana, Antonio Milton e Lima Júnior. No projeto político do “grupinho” estava o domínio das principais instituições públicas: prefeitura, câmara de vereadores e sindicato. Tudo muito bem armado para a festança da "ditadura comunista" acontecer, sem intervalos, e todos dançassem conforme a música do Partido dos Trabalhadores (PT), orquestrada pelo seu “maestro” (entre aspas) Américo de Sousa.
Prefeito Américo de Sousa


A ficha só caiu mesmo depois do Américo de Sousa, embriagado pelo poder, ter começado a fazer com os servidores tudo ao contrário do que sempre pregou e prometeu. Os profissionais da educação, principalmente, tiveram nestes quase seis meses da gestão petista a maior desvalorização que se poderia imaginar: aumento da carga horária sem compensação financeira, corte nas gratificações e nas vantagens dos diretores, supervisores e coordenadores e o atraso no pagamento de 1/3 das férias, 13º e 14º salários referentes ao mês de dezembro do ano passado. Tudo legalmente empenhado pelo ex-prefeito Soliney Silva (PMDB) e, diga-se de passagem, com dinheiro em caixa.

Sec. Educ. Milton Mourão
Junte-se a isso as péssimas condições de trabalho e o tratamento grosseiro e truculento dispensado pelo secretário da pasta, Milton Mourão.

Despreparo

Percebe-se nitidamente que o município está nas mãos de pessoas despreparadas, sem discernimento administrativo e sem um mínimo de apresto para lidar com gente.

Na mesma velocidade veio a reação. Primeiro da população, onde o prefeito já acumula índice superior aos 90 por cento de rejeição; segundo, a indignação e revolta dos servidores, à tona na segunda-feira, 22, durante a assembleia geral extraordinária da categoria.

Presidente  acuado

Visivelmente acuado, em cima do muro erguido entre o prefeito e a categoria, o presidente do SINTASP-MCN Lima Júnior limitou-se a evasivas. Sem saber o que responder ao exaltado plenário, fez as vezes de Judas e entregou o seu mestre: “O prefeito não responde aos ofícios”!

Demorou, mas a repulsa aconteceu!

O superlativo plenário rejeitou o pedido do prefeito de trinta dias para uma resposta aos servidores. Isto soou como uma resposta direta ao prefeito, de que não vão tolerar nenhum tipo de manobra que resulte no comprometimento, ainda maior, dos seus direitos.

Dentre eles houve quem cogitasse a ideia de se protestar em frente a prefeitura até serem recebidos pelo prefeito, mas, optaram, primeiro, por uma nova assembleia na terça-feira, 23.

Foi na terça-feira que a classe comprovou estar convicta de que o sindicato e o governo são a mesma coisa. Por isto, ameaçaram retomar o comando da entidade.

Pateticamente, um dos diretores ainda tentou se eximir de culpa ao delatar o “chefe”, dizendo: “O prefeito usa de suas artimanhas para dificultar o pagamento do terço de férias de 2016”.

Ainda não foi cogitada uma greve dos professores. Mas, se for o caso, afirmam alguns, eles têm o apoio da classe estudantil e das famílias.  

Porém, convém dizer, o movimento grevista, se efetivado, comprometeria ainda mais o ano letivo, cujo início se deu com significativo atraso. Isto porque a prefeitura não priorizou a reforma das escolas, quando teve 90 dias para isso.


Alunos em protesto por transporte escolar

Realmente, a insatisfação da comunidade estudantil pode resultar no apoio a um possível movimento grevista por estar associada a vários problemas: merenda insuficiente, transporte irregular, sucateamento da frota, registro de acidente e a interdição de cinco escolas para reforma nunca iniciada, mesmo com a conturbada licitação realizada há mais de vinte dias.

Em tempo: antes do fechamento desta matéria, o portal diretoaoassunto foi informado de que as obras de reforma das cinco escolas já começaram, mas de maneira muito irregular, em total desrespeito à Lei: sem placa de identificação da obra em que conste visivelmente o prazo, o valor e o responsável pela obra devidamente registrado no CREA.

Sinceramente, se mudou foi pra pior!

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