A relação entre o ex-presidente e a categoria dá sinais de rompimento
Os
servidores municipais de Coelho Neto (MA), sobretudo os professores, começam a
se dar conta de que o ex-presidente do sindicato e atual prefeito do município
Américo de Sousa (PT) apenas usou a categoria como bandeira de luta para se dar
bem na política.
Para
tanto, se aquartelou no sindicato tendo como aliados de confiança os seus
iguais: Osmar Aguiar, Francisca Ana, Antonio Milton e Lima Júnior. No projeto
político do “grupinho” estava o domínio das principais instituições públicas:
prefeitura, câmara de vereadores e sindicato. Tudo muito bem armado para a
festança da "ditadura comunista" acontecer, sem intervalos, e todos dançassem conforme a música do Partido dos Trabalhadores (PT),
orquestrada pelo seu “maestro” (entre aspas) Américo de Sousa.
Prefeito Américo de Sousa |
A
ficha só caiu mesmo depois do Américo de Sousa, embriagado pelo poder, ter começado a fazer com os servidores tudo ao contrário do que sempre pregou e prometeu. Os
profissionais da educação, principalmente, tiveram nestes quase seis meses da
gestão petista a maior desvalorização que se poderia imaginar: aumento da carga
horária sem compensação financeira, corte nas gratificações e nas vantagens dos
diretores, supervisores e coordenadores e o atraso no pagamento de 1/3 das
férias, 13º e 14º salários referentes ao mês de dezembro do ano passado. Tudo
legalmente empenhado pelo ex-prefeito Soliney Silva (PMDB) e, diga-se de
passagem, com dinheiro em caixa.
Sec. Educ. Milton Mourão |
Junte-se
a isso as péssimas condições de trabalho e o tratamento grosseiro e truculento
dispensado pelo secretário da pasta, Milton Mourão.
Despreparo
Percebe-se
nitidamente que o município está nas mãos de pessoas despreparadas, sem
discernimento administrativo e sem um mínimo de apresto para lidar com gente.
Na
mesma velocidade veio a reação. Primeiro da população, onde o prefeito já
acumula índice superior aos 90 por cento de rejeição; segundo, a indignação e
revolta dos servidores, à tona na segunda-feira, 22, durante a assembleia geral
extraordinária da categoria.
Presidente acuado
Visivelmente
acuado, em cima do muro erguido entre o prefeito e a categoria, o presidente do
SINTASP-MCN Lima Júnior limitou-se a evasivas. Sem saber o que responder ao
exaltado plenário, fez as vezes de Judas e entregou o seu mestre: “O prefeito não responde aos ofícios”!
Demorou,
mas a repulsa aconteceu!
O
superlativo plenário rejeitou o pedido do prefeito de trinta dias para uma
resposta aos servidores. Isto soou como uma resposta direta ao prefeito, de que
não
vão tolerar nenhum tipo de manobra que resulte no comprometimento, ainda maior,
dos seus direitos.
Dentre
eles houve quem cogitasse a ideia de se protestar em frente a prefeitura até
serem recebidos pelo prefeito, mas, optaram, primeiro, por uma nova assembleia na
terça-feira, 23.
Foi
na terça-feira que a classe comprovou estar convicta de que o sindicato e o
governo são a mesma coisa. Por isto, ameaçaram retomar o comando da entidade.
Pateticamente,
um dos diretores ainda tentou se eximir de culpa ao delatar o “chefe”, dizendo:
“O prefeito usa de suas artimanhas para
dificultar o pagamento do terço de férias de 2016”.
Ainda
não foi cogitada uma greve dos professores. Mas, se for o caso, afirmam alguns,
eles têm o apoio da classe estudantil e das famílias.
Porém,
convém dizer, o movimento grevista, se efetivado, comprometeria ainda mais o
ano letivo, cujo início se deu com significativo atraso. Isto porque a
prefeitura não priorizou a reforma das escolas, quando teve 90 dias para isso.
Alunos em protesto por transporte escolar |
Realmente,
a insatisfação da comunidade estudantil pode resultar no apoio a um possível
movimento grevista por estar associada a vários problemas: merenda
insuficiente, transporte irregular, sucateamento da frota, registro de acidente
e a interdição de cinco escolas para reforma nunca iniciada, mesmo com a
conturbada licitação realizada há mais de vinte dias.
Em tempo: antes do fechamento desta matéria, o portal diretoaoassunto foi informado de que as obras de reforma das cinco escolas já começaram, mas de maneira muito irregular, em total desrespeito à Lei: sem placa de identificação da obra em que conste visivelmente o prazo, o valor e o responsável pela obra devidamente registrado no CREA.
Sinceramente,
se mudou foi pra pior!
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