Suposto uso de laranjas, nepotismo e enriquecimento ilícito compõem o véu das suspeitas sobre o prefeito Flávio Furtado.
É difícil descrever sem revolta o cenário que hoje domina Duque Bacelar. Uma cidade mergulhada na penúria, entregue ao abandono, sem infraestrutura, saúde precária, educação desvalorizada e, talvez o mais grave, sem qualquer oportunidade real de sobrevivência para seu povo. Enquanto isso, escândalos cada vez mais estarrecedores tomam conta dos bastidores da administração municipal.
As denúncias de uso de laranjas, prática de nepotismo e indícios de enriquecimento ilícito por parte do prefeito Flávio Furtado não podem mais ser ignoradas. A empresa J S Engenharia e Serviços EIRELI, supostamente controlada pelo prefeito através de um laranja identificado como Jodenilson Araújo Silva, já abocanhou quase R$ 11 milhões em contratos com a própria prefeitura entre 2021 e 2025. Segundo fontes do TCE-MA, somente nos últimos dois anos o faturamento ultrapassou os R$ 8 milhões.
Mas os indícios não param por aí. O posto de combustíveis “O Duque”, outro empreendimento suspeito de ligação com o núcleo familiar do prefeito, tem como sócios, no papel, o mesmo Jodenilson e uma funcionária da esposa de João Furtado, irmão do gestor.
Parece cada vez mais evidente que a máquina pública virou uma extensão dos negócios da família Furtado.
Em pleno escárnio à moralidade administrativa, Flávio ainda nomeia a própria filha – sua advogada pessoal e de campanha – como secretária de Administração e Finanças, entregando a ela o comando da principal pasta da gestão municipal. Enquanto isso, o prefeito se distancia das funções públicas e dedica seu tempo à fazenda de gado, às atividades agropecuárias e ao já citado posto de combustível.
A cidade, abandonada, sente os efeitos dessa gestão centrada em interesses pessoais. Não há investimentos concretos em saúde, nem em educação. Ruas esburacadas, escolas sucateadas, unidades de saúde sem estrutura e um povo sem emprego, sem assistência e sem futuro.
E se o Executivo falha, o Legislativo silencia. Os nove vereadores, todos governistas, parecem ter abandonado suas prerrogativas constitucionais para se ajoelhar aos pés do prefeito. Não há debate, não há fiscalização, não há oposição. A Câmara virou um apêndice da vontade de Flávio Furtado.
Duque Bacelar virou uma cidade sem rumo, sem comando e sem voz. Alô, Ministério Público!!!
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