terça-feira, 22 de janeiro de 2019

O ÓBVIO

Foto: Reprodução

O município de Coelho Neto vive um momento complicado alimentado, ao meu ver, por opiniões egoístas e interesses políticos mesquinhos. Aliás, todo e qualquer interesse político que não contemple o verdadeiro anseio da coletividade é casuísta e egoísta.

Nas redes sociais há os que se colocam na condição de opositores, a maioria por não ter seus interesses pessoais satisfeitos ou por não aceitar o resultado das urnas, mesmo transcorridos mais de 24 meses da última eleição municipal. Mas, isso “são coisas da democracia”!

Oposição sem líder

Uma oposição sem líder não tem projeto político. A crítica (ou o falatório) a governos e mandatários não é adubado com opiniões sensatas. Ninguém se apresenta com uma ideia de solução. Para ela, a crítica só tem um objetivo: expor governos e gestores ao desprezo público. E este é, sem dúvida, o caminho mais tortuoso para se chegar ao poder.
 
Foto: Reprodução
Contudo, e na condição de órfão da oposição, pretendo percorrer os caminhos que levaram o povo ao abismo cruel das necessidades, aberto pela corrupção, pela falta de sensibilidade, pela ingerência pública e pela irresponsabilidade política. Sei que haverá comentários tipo: Se vendeu! É traidor! Tá cuspindo no prato que comeu! etecetera e tal. Isto também são coisas da democracia, kkkk!
 
Coelho Neto passou dezenas de anos dependendo economicamente do grupo João Santos. Antes da crise, o município adotava a política do assistencialismo, respaldado no fato de que ninguém reclamava do desemprego. O grupo industrial absorvia toda a mão-de-obra local. O comércio crescia em ritmo acelerado.

Os hospitais da época serviam apenas para expedir as famosas AIH’s, enquanto no gabinete da prefeitura se enfileiravam doentes, com o receituário em mãos, para receberem do(a) generoso(a) prefeito(a) a autorização de compra do medicamento, na farmácia do seu correligionário político, em troca de notas fiscais superfaturadas.

Aí, veio a crise. A princípio, suportável. Depois, impetuosa.

Esse impacto impetuoso negativo na economia veio como algo divino, para mostrar o quanto que gestores mal intencionados se aproveitaram desse conforto econômico para iludir o povo com falácias e dilapidar o erário público.
 
Foto: Arquivo
O engodo trouxe a superlotação dos cemitérios e transformou hospitais tradicionais em meros esqueletos.

Também na Saúde Coelho Neto é apenas o reflexo do que ocorre Brasil a fora.

Flagra
Recentemente, flagrei uma ambulância do município de Caxias trazendo pacientes do povoado Caiçara para receberem atendimento na UPA de C. Neto! Aquilo atraiu minha atenção. Fui informado que a procura por atendimento naquela unidade de saúde se deu para economizar gasolina, vez que do povoado Caiçara para Coelho Neto é  mais próximo do que para Caxias. Fato!

Foto: diretoaoassuntocn
Isto nunca foi noticiado por ninguém, nem mesmo pelos plantonistas da má notícia.

Foto: diretoaoassuntocn

Isso significa que a saúde local, mesmo sendo de média complexidade, nunca deixou de prestar atendimento, mesmo estando em patamar inferior no que diz respeito aos recursos federais.

Esta é uma verdade que precisa ser dita. Porém, quem tem a função de informar não o faz, preferindo a zona de conforto que somente a incompetência e a preguiça são capazes de proporcionar.

Somos hoje, quase 50 mil habitantes. Destes, algo em torno de 10 por cento procuram diariamente por atendimento de saúde.

Nos portais de transparência, o município recebe recursos inferiores a 1 milhão e 400 mil reais por mês para manter os seguintes serviços: funcionamento da UPA, Casa de Saúde, Centro de Imagem, 7 UBS’s, estoque de medicamentos da Farmácia Básica, circulação de veículos na sede e nos deslocamentos para outros centros. Daí, o aperto que sufoca a tudo e a todos da região, e do qual se aproveita a imprensa marrom. Esta, cínica e complacentemente apoia o caos, esquecendo que um dia poderá ser “Poder” novamente, e com certeza jogará nas costas do povo as medidas para corrigir o que deveriam ter ajudado a evitar hoje.  

As circunstâncias atuais exigem muito do civismo e, mais que tudo, do discernimento de cada um. As divergência são inevitáveis, mas a sensatez é sempre bem-vinda! O resto quem decide é o povo, mas isto só em 2020.


Na edição de amanhã (23):
TUDO SOBRE A CAPTAÇÃO DE ÁGUA DO RIO PARNAÍBA - Como o desvio dos recursos dificulta a conclusão do projeto que previa o fornecimento de água tratada para a população durante 50 anos.










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