Flávio Furtado iniciou sua disputa para a prefeitura Duque Bacelar em 2008, À época, era lembrado como o candidato humilde que dirigia um Fiat Uno velho, veículo usado em pequenas viagens e nas visitas de campanha. Sem recursos próprios, dependia do combustível garantido por amigos para conseguir percorrer as comunidades.
De lá para cá, já em seu quarto mandato, a imagem mudou radicalmente. O homem simples, que se apresentava como próximo do povo, hoje é visto por muitos como a personificação da riqueza e da insensibilidade política. Tornou-se pecuarista de grande porte, um dos herdeiros da Fazenda Ana Maria, uma das mais estruturadas da região. Vídeos e fotos que circulam mostram a dimensão do empreendimento, com criações de gado de ponta e infraestrutura invejável.
Um detalhe chama atenção: apenas o pivô de irrigação das pastagens da fazenda, segundo o portal especializado MF Rural, tem o custo aproximado de R$ 2,37 milhões.
Enquanto isso, a realidade do povo bacelarense segue em contraste gritante. A população enfrenta falta de água, ausência de emprego, precariedade na saúde pública, na infraestrutura e até problemas com a estrutura escolar. Para críticos, o resultado dos 16 anos de Flávio Furtado à frente da prefeitura está longe de ser o progresso coletivo: o que cresceu foi o patrimônio pessoal do gestor, enquanto o povo, de tanto “patrocinar” a sua riqueza, amarga cada vez mais a pobreza.
O caso de Furtado é apontado como um retrato cruel de como o poder, ao longo do tempo, pode servir mais para enriquecer coronéis modernos do que para transformar a vida da população.
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